Crítica - Thor (2011)


Realizado por Kenneth Branagh
Com Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Natalie Portman

A Marvel Studios continua a construir o seu extenso portefólio de filmes baseados nas icónicas bandas desenhadas da Marvel Comics, portfólio esse que conta com vários filmes medíocres como “Elektra” (2005) ou “Fantastic Four” (2005) mas que também conta com obras excelentes como “Spider-Man” (2002) ou “Iron Man” (2008). O seu novo filme, “Thor” de Kenneth Branagh, é claramente uma das suas melhores produções até à data porque nos oferece uma narrativa aliciante que se mostra capaz de entreter o seu público-alvo e uma vertente visual extraordinária que recria com mestria os Reinos de Asgard e de Jotunheim, bem como as características sobrenaturais dos seus respectivos soberanos e habitantes. A sua história centra-se em Thor (Chris Hemsworth), um guerreiro poderoso mas arrogante que reacende uma guerra ancestral entre Asgard e Jotunheim. As suas audazes mas irreflectidas acções provocam a ira do seu pai, Odin (Anthony Hopkins), que lhe retira os seus poderes e o condena a viver entre os humanos. É na Terra que Thor encontra Jane Foster (Natalie Portman), uma ambiciosa astrónoma por quem se apaixona e que contribuiu para a sua transformação num líder e num herói que fará de tudo para travar os planos maléficos de Loki (Tom Hiddleston) e do Rei de Jotunheim.


A banda desenhada de “Thor” é uma das mais famosas e criativas da Marvel Comics porque Stan Lee e Larry Lieber souberam misturar o vasto universo da ficção científica com vários elementos culturais para criar um herói carismático e uma série de interessantes aventuras que convenceram facilmente os ávidos leitores norte-americanos. Kenneth Branagh (Realizador), J. Michael Straczynski (Guionista) e Mark Protosevich (Guionista) souberam transformar esta fantástica banda desenhada num filme que mantém a essência criativa e carismática de “Thor” e que cumpre exactamente aquilo que os seus elementos promocionais nos prometem. O inicio de “Thor” é muito informativo e explica-nos convenientemente as principais particularidades deste universo fictício e como é que os Asgardianos e os Gigantes de Gelo entraram em contacto com os Terrestres, informações que são essenciais para compreendermos as principais reviravoltas do filme. O seu desenvolvimento centra-se essencialmente nas metamorfoses individuais de Thor e de Loki, dois irmãos/rivais que vão revelando a sua verdadeira essência à medida que vão sendo confrontados com uma série de factores externos que contribuem para as suas transformações finais num herói (Thor) e num vilão (Loki). O seu desenvolvimento também é rico em pequenos momentos cómicos e românticos que servem para relaxar e entreter o público entre os fervorosos confrontos que pautam a maior parte desta obra, confrontos esses que alternam entre Asgard, Jotunheim e a Terra, sendo os confrontos ambientados na Terra os mais fracos e os menos interessantes. A sua conclusão é pautada por uma batalha final entre Thor e Loki que culmina com uma incerteza e com um final quase feliz.


A estreia de Kenneth Branagh no Universo Marvel e no Mercado dos Blockbusters não poderia ter corrido melhor. Branagh esteve atento aos pormenores e soube utilizar as mais recentes técnicas visuais para criar cenários ricos e atraentes, mas também para oferecer aos vários confrontos físicos do filme um certo realismo e refinamento visual. A virtuosidade e excelência dos cenários são particularmente evidentes quando somos confrontados com Asgard e Jotunheim, dois reinos extraterrestres que obedecem a uma fantástica construção visual que nos deixa de boca aberta e que é claramente salientada pelo 3D. A nível técnico tenho também que destacar, como é óbvio, o trabalho cinematográfico de Haris Zambarloukos e os efeitos sonoros que são tão bons como os efeitos visuais. Chris Hemsworth é um excelente Thor e Anthony Hopkins é um fantástico Odin, ambos os actores incarnam maravilhosamente estes Deuses/Aliens/Heróis e mostram que mais nenhum actor os poderia assumir com tanto carisma. Tom Hiddleston também está muito bem como Loki e Idris Elba convence como Heimdall. Natalie Portman (Jane Foster), Stellan Skarsgård (Dr. Selvig) e Kat Dennings (Darcy) oferecem-nos uma performance razoável como o trio terrestre que acolhe Thor e que o auxilia a transformar-se num verdadeiro herói. Jeremy Renner (Hawkeye) e Clark Gregg (Phil Coulson) têm um pequeno cameo que serve para preparar a inclusão de Thor em “The Avengers”. A Marvel Studios voltou a criar com “Thor” mais um excelente filme que nos entretém e que nos deixa ansiosos por “The Avengers”.


Classificação – 4 Estrelas Em 5

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