Crítica - Dressed To Kill (1980)

Realizado por Brian de Palma
Com Angie Dickinson, Michael Caine, Nancy Allen e Keith Gordon

De todos os seguidores de Hitchcock, Brian de Palma é de todos o seu maior discípulo. Em muitos filmes do realizador consegue-se ver os take’s longos bem característicos de Hitchcock. E este não é excepção. Vestida para Matar de 1980 é um filme hitchcockiano na sua pura essência. Este prezado crítico amador arrisca-se mesmo a dizer que este filme é o remake de "Psycho" que o filme do mesmo nome não conseguiu ser em 1998.
O universo hitchcockiano está todo lá: Desvios Comportamentais, Sexualidade Inerente das Personagens, O assassino… todos os elementos do filme respiram hitchcock e é inegável a admiração que De Palma tem pelo seu cinema. Repare-se nos deliciosos primeiros 20 minutos com a longa sequencia no museu, onde uma perseguição num museu sem qualquer tipo de diálogo pode ser tão reveladora em termos de sentimentos e desejos da personagem.

Pode-se falar em cinema de autor em De Palma? Ou cinema de homenagem? Qual a fronteira entre ambas? Confesso que já estive mais inclinado para o cinema de autor, mas tenho as minhas sinceras duvidas. Porque senão vejamos:

  •  Existe um major twist a meio do filme… mudando completamente o tom do filme, tal como "Psycho"
  • A personagem principal (inicial) é movida pelo sentimento de desejo de se sentir realizada, a frustação e depois culpa, para depois enfrentar o seu destino, tal como "Psycho"
  • Depois do Twist o protagonismo fica a cargo de duas personagens completamente secundárias que ganham o seu protagonismo para desvendar o mistério que ficou despoletado pelo twist do filme, tal como "Psycho"
  • Existe um assassino que envolve distúrbios mentais esquizofrenia e sobretudo uma boa dose de “Sexual Innuendo” Freudiano, tal como "Psycho"

E isto só são alguns paralelismos. Se analisar-se o filme de forma imparcial, pode-se afirmar que este é mais um paradigma técnico do que um filme de construção dramática, não existem personagens, existem estereótipos de personagens, algo de certa forma vincados no cinema de Hitchcock, como se fossem marionetas num jogo de ilusões onde de Palma fosse o mestre que controla os seus movimentos. Por isso é um filme de extremos, ou se aceita o “plágio criativo” e divertimo-nos com as situações do filme, ou então sente-se insultado e acha-se o filme uma tremenda perda de tempo e uma piada de mau gosto. A resposta fica a vosso cargo, as criticas são aceitáveis bem como os elogios.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

Enviar um comentário

0 Comentários

//]]>