Crítica - The Hangover Part II (2011)


Realizado por Todd Phillips
Com Bradley Cooper, Zach Galifianakis, Ed Helms, Justin Bartha

A Warner Bros. obteve com “The Hangover” (2009), de Todd Phillips, uma fantástica receita internacional e uma série de prémios relevantes como o Globo de Ouro de Melhor Filme (Comédia ou Musical), que transformam este modesto filme numa das comédias norte-americanas mais aclamadas da última década. A sua sequela, “The Hangover Part II”, vai certamente superar as suas incríveis receitas mas, infelizmente, não nos oferece uma narrativa tão cómica ou tão inovadora como a do seu aclamado antecessor. Em “The Hangover Part II”, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms), Alan (Zach Galifianakis) e Doug (Justin Bartha) viajam até à exótica e caótica Tailândia para celebrar o casamento de Stu com Lauren (Jamie Chung) mas, mais uma vez, a última noite de solteiro do noivo é pautada por uma série de hilariantes incidentes que podem arruinar o casamento.


A nova aventura de Phil, Stu, Alan e Doug é ambientada num novo e ofuscante cenário, mas o seu conteúdo é praticamente idêntico ao da sua aventura em território norte-americano porque, mais uma vez, estes ilustres indivíduos bebem demais durante a última noite de solteiro do noivo e acordam de ressaca num quarto, cheio de coisas mirabolantes e desconexas, onde rapidamente se apercebem que perderam uma pessoa durante as festividades, tendo portanto que partir numa nova demanda pelas ruas de uma das mais movimentadas cidades asiáticas para encontrar o irmão mais novo da noiva antes do casamento, demanda essa que mais uma vez envolve animais, estrelas internacionais e mafiosos. O enredo desta obra manifesta uma clara falta de criatividade por parte dos seus criadores/escritores, que utilizaram neste “The Hangover Part II” a mesma fórmula narrativa que utilizaram em “The Hangover” sem se preocuparem em alterar minimamente a sua estrutura, criando assim um filme que se aproxima mais de um remake do que de uma continuação. A sua vertente cómica também exterioriza a falta de criatividade de Scot Armstrong, Craig Mazin e Todd Phillips, porque os seus vários momentos cómicos não são tão inovadores ou tão cativantes como aqueles que marcaram o primeiro filme mas são, ainda assim, mais satisfatórios que as piadas ou peripécias que pautam a maioria das comédias comerciais mais recentes e é só por este motivo que “The Hangover Part II” se destaca da concorrência norte-americana.


O seu elenco é alheio à falta de criatividade do enredo e volta a nos oferece uma performance colectiva muito interessante que é obviamente liderada por Bradley Cooper, Ed Helms e Zach Galifianakis, sendo este último o maior motor de humor e de excentricidade do filme. As performances de Bradley Cooper e Ed Helms também são cómicas e cativantes mas são, mesmo assim, relativamente inferiores à de Galifianakis que é efectivamente o Rei de “The Hangover Part II”. A nível secundário, destaco apenas o pequeno macaco e Ken Jeong (Leslie Chow), que volta a nos oferecer um fantástico e hilariante trabalho. O abandonado Justin Bartha teve em “The Hangover” um papel meramente secundário, e volta a ser em “The Hangover Part II” o elemento do quarteto maravilha que menos vezes aparece no ecrã e que menos relevância tem para o conteúdo humorístico desta obra que, no meu entender, poderia ter beneficiado com um Bartha mais activo, no entanto, este não foi o entendimento dos seus criadores/escritores que acabaram por condenar “The Hangover Part II” à mediocridade com decisões pouco ambiciosas e nada inovadoras como esta. É verdade que “The Hangover Part II” não é uma excelente comédia e é muito mais fraca que a sua antecessora, porque não acrescenta nada de novo à fórmula que fez sucesso no Verão de 2009, no entanto, também é verdade que mesmo não sendo refrescante ou hilariante, “The Hangover Part II” é, ainda assim, uma das melhores comédias norte-americanas deste ano.

Classificação – 3 Estrelas Em 5

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