Crítica - After the Flowers (Hana No Ato) (2010)

Realizado por Kenji Nakanishi
Com Keiko Kitagawa, Shuntarô Miyao, Kamejirô Ichikawa

O criador de “Aoi Tori” (2008), Kenji Nakanishi, voltou a confirmar o seu enorme talento com este “Hana No Ato” ou “After the Flowers”, um fantástico filme que é ambientado no Japão Feudal e que nos conta a história de Ito (Keiko Kitagawa), uma mulher que pertence à aristocracia militar mas que se apaixona por Magoshiro Eguchi (Shuntaro Miyao), um modesto samurai de infantaria. O seu romance não é aceite pelos familiares de Ito ou pela elite social e Ito acaba por ser forçada a casar com Saisuke (Masahiro Komoto), um samurai mais velho que pertence à elite militar mas que é muito menos atraente que Magoshiro que também é forçado a iniciar um relacionamento amoroso com Kayo (Ayumi Ito), uma mulher cruel e mal-intencionada, no entanto, esta sua relação não dura muito, porque Magoshiro suicida-se após perder um combate com o líder de um clã rival (Kamejiro Ichikawa) que lhe armou uma armadilha. Ao saber disto, Ito inicia uma vendeta contra todos aqueles que contribuíram para a morte do seu verdadeiro amor.


O enredo de “Hana No Ato” é semelhante ao enredo de “Kill Bill”, de Quentin Tarantino, um filme que também se centra numa mulher samurai que inicia uma cruel vendeta contra os indivíduos que mataram o seu verdadeiro amor e destruíram a sua felicidade, no entanto, esta história é um pouco mais romântica e menos violenta mas é, ainda assim, um verdadeiro deleite para quem apreciar filmes de samurais pouco ortodoxos, até porque o seu enredo é baseado num conto de Shuhei Fujisawa, um icónico escritor que é mundialmente conhecido pelos seus fantásticos romances sobre samurais. O início de “Hana No Ato” é um pouco enfadonho, mas o filme acaba por se tornar mais interessante e cativante quando Ito inicia a sua feroz vendeta que é pautada por várias cenas de acção que foram habilmente coordenadas por Kenji Nakanishi, um talentoso cineasta que sem muitos recursos criou um fantástico ambiente feudal e um filme visualmente soberbo. O seu elenco também nos oferece um trabalho fenomenal. Kamejiro Ichikawa e Ayumi Ito têm uma performance soberba como os vilões desta história, mas é Keiko Kitagawa que nos oferece a performance mais talentosa e carismática. “Hana No Ato” é um excelente filme que retrata habilmente uma temática clássica e extremamente interessante, no entanto, esta obra nipónica não deve ser visionada por quem não saiba apreciar a subtileza do cinema asiático sob pena de o achar cansativo e não muito entusiástico.

Classificação – 4,5 Estrelas Em 5

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