Crítica - Tangled (2010)

Realizado por Nathan Greno e Byron Howard
Com Mandy Moore, Zachary Levi, Donna Murphy

O clássico literário “Rapunzel", dos Irmãos Grimm, está na base deste “Tangled”, uma cómica e visualmente atractiva obra animada da Walt Disney Pictures que se assume como um dos filmes mais caros da história deste mítico estúdio norte-americano que, com esta obra, quebrou a impressionante barreira dos cinquenta filmes animados. A história de “Tangled” é então protagonizada por Rapunzel (Mandy Moore), uma bela donzela com uns extensos cabelos loiro que vive contra a sua vontade numa torre isolada, tendo como única companhia um adorável camaleão chamado Pascal. Gothel (Donna Murphy), uma malvada mulher que sequestrou Rapunzel quando esta era ainda uma bebé, é a única pessoa que a visita e que sabe onde ela está escondida, no entanto, tudo isto se altera quando um famoso e sedutor ladrão, Flynn Rider (Zachary Levi), encontra acidentalmente a famosa torre e a sua sonhadora ocupante que é por ele libertada do seu duradouro cativeiro, mas esta sua liberdade poderá não ser duradoura porque Gothel vai fazer de tudo para a encontrar, evitando assim que ela descubra a verdade sobre o seu passado e sobre os seus fantásticos poderes.


O enredo de “Tangled” é relativamente fiel à história que foi criada pelos Irmãos Grimm no Século XIX, no entanto, esta obra animada é muito mais leve que esse clássico conto de fadas, mas outra coisa não seria de esperar de um filme da Walt Disney que é direccionado a um público infantil. À semelhança dos mundialmente conhecidos clássicos da Walt Disney que são protagonizados por princesas indefesas, “Tangled” acompanha a história dramática de uma princesa extremamente solitária que tem como única companhia um adorável e divertido animal, mas esta sua vida solitária é subitamente alterada quando conhece um inconvencional príncipe encantado por quem se apaixona e que a liberta do seu terrível tormento, que lhe foi incutido por uma malvada mulher que quer utilizar o seu estranho dom para um fim malévolo, assim sendo, esta obra utiliza a mesma fórmula narrativa que filmes como “The Litle Mermaid” (1989), “Cinderella” (1950) ou “Sleeping Beauty” (1959) utilizaram para cativar o público num passado relativamente recente. A vertente romântica de “Tangled” está obviamente no centro da sua história e é claramente um dos elementos mais importantes desta obra, mas não é o mais forte ou o mais criativo, até porque o romance entre Rapunzel e Flynn é muito comum, não contendo nenhum momento verdadeiramente interessante ou dramático, excepção feita à cena onde um dos elementos do casal morre e o outro tenta ressuscitá-lo, uma cena muito semelhante àquela que marcou o final de “Beauty And The Beast” (1991). A sua vertente humorística é mais criativa e muito mais vasta que a sua vertente romântica, assim sendo, somos constantemente confrontados com vários momentos cómicos onde as personagens principais, mas sobretudo as personagens secundárias vêm-se envolvidas em situações caricatas ou embarcam em diálogos hilariantes. É dentro desta vertente humorística que se destacam os fenomenais Pascal e Maximus, dois adoráveis e divertidos animais que protagonizam algumas das melhores cenas cómicas desta obra, no entanto, não são as únicas personagens que brilham neste filme, porque os temíveis ladrões que aparecem no inicio do filme também têm tiradas verdadeiramente hilariantes. O filme também aborda vários temas sérios e emocionais como a solidão inicial de Rapunzel ou a rebeldia constante de Flynn, no entanto, estes temas são meramente secundários porque são os sonhos e a sua realização/concretização que se assumem como o verdadeiro tema dramático e sério desta obra. As personagens principais e secundárias têm todas sonhos que querem realizar, mas Rapunzel é a única personagem que verdadeiramente tenta concretizar o seu sonho, assim sendo, ela parte com Flynn numa fantástica aventura com vista a finalmente realiza-lo, uma aventura acidentada e cheia de riscos que serão principalmente criados por Gothel, uma vilã que é muito mais fraca que as maiores vilãs dos clássicos da Walt Disney como Maleficent ou Ursula.


A história de “Tangled” é brilhantemente acompanhada por uma fantástica vertente visual que se assume claramente como o melhor elemento desta obra, mas esta qualidade era praticamente uma exigência tendo em conta o dinheiro que foi gasto pela Walt Disney nos seus efeitos visuais, um valor tão elevado que acabou por tornar este filme num dos mais caros da história de Hollywood. Os seus fantásticos efeitos visuais foram criados em CGI e são muito belos e atractivos, oferecendo assim um complemento visual muito agradável a uma história que por vezes não é assim tão interessante. As personagens obedecem a uma construção visual muito realista e as paisagens são coloridas e cativantes, características sempre presentes no universo animado da Walt Disney. Alan Menken compôs uma banda sonora muito bonita e animada que é composta por várias músicas que tanto apelam ao humor como à emoção, no entanto, não encontramos nenhum clássico instantâneo entre as várias músicas deste filme. “Tangled” não é o melhor filme animado da Walt Disney nem é o melhor filme de princesas deste icónico estúdio, mas é claramente uma obra muitíssimo divertida e visualmente fascinante que deverá entreter facilmente os mais novos e até os mais velhos.

Classificação – 4 Estrelas Em 5

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3 Comentários

  1. É da Pixar também? Ou desta vez não interferiu?

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  2. Este "Tangled" é só da Walt Disney, Emanuel. O filme da Pixar deste ano foi o "Toy Story 3".
    Mais uma crítica positiva deixa-me com ainda mais vontade de ver o filme nos cinemas. Mas não irei sucumbir a essa vontade. Pois as distribuidoras têm de compreender que nem toda a gente se contenta com a versão portuguesa de uma obra que, claramente, não se dirige apenas a um público infantil. Esperemos que o DVD saia depressa...

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  3. Assisti e achei muito bom rs. As crônicas de Narnia que é uma séria da sétima arte vergonhosa.

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