Crítica - The Chronicles of Narnia: Voyage of the Dawn Treader (2010)


Realizado por Michael Apted
Com Skandar Keynes, Georgie Henley, Ben Barnes, Will Poulter

Ao contrário de “Harry Potter” ou “Twilight”, “The Chronicles of Narnia” não tem arrancado bons números nas bilheteiras mundiais e esta evidente falta de lucros levou a Walt Disney Pictures a vender os seus direitos sobre esta obra à 20th Century Fox, um dos maiores estúdios norte-americanos que espera convencer e cativar o público norte-americano e mundial com este “The Chronicles of Narnia: Voyage of the Dawn Treader”, um filme que não é muito diferente dos seus antecessores e que, à semelhança destes, é extremamente fiel ao trabalho literário em que se baseia, sendo também constituído por uma vertente visual cuidada e muitíssimo atraente e por uma narrativa razoável mas ocasionalmente cansativa e aborrecida, narrativa essa que se volta a centrar nas aventuras de Edmund Pevensie (Skandar Keynes) e Lucy Pevensie (Georgie Henley), dois dos conhecidos protagonistas dos dois filmes anteriores que voltam mais uma vez ao Reino de Nárnia, mais concretamente aos seus vastos Oceanos onde se reencontram com o Rei Caspian X (Ben Barnes) e com o seu Dawn Treader, um enorme e sublime navio narniano que tem como principal missão encontrar os Sete Lordes Perdidos de Nárnia, que foram bandidos por Miraz durante o seu malvado reinado. Edmund, Lucy e Eustace (Primo dos Irmãos Pevensie), acabam por se unir a Caspian X e a Reepicheep (Simon Pegg) nesta missão para encontrar os Sete Lordes, uma missão em que estas personagens vão ter que enfrentar vários perigos e inimigos como uma maliciosa Serpente Marítima ou uma misteriosa Neblina Verde que poderá exterminar todas as criaturas que vivem neste reino.


O novo ”Chronicles of Narnia” da 20th Century Fox acaba por não nos oferecer nada de novo e está essencialmente ao mesmo nível dos seus antecessores: “The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe” (2005) e “The Chronicles of Narnia: Prince Caspian” (2008) da Walt Disney, assim sendo, “The Chronicles of Narnia: Voyage of the Dawn Treader” deverá obter um feedback muito semelhantes àquele que as outras duas obras obtiveram nas bilheteiras norte-americanas e internacionais, obras essas que narrativamente até são mais atractivas e menos confusas que esta. O enredo deste terceiro filme volta a nos transportar até um mundo encantado onde reina a fantasia e o fantástico, no entanto, entre os vários elementos sobrenaturais que inundam o ecrã e os inúmeros confrontos físicos e relativamente violentos que envolvem humanos e criaturas narnianas, somos confrontados com uma análise moralista e relativamente interessante de várias temáticas sérias e reais que se materializam essencialmente nos medos e nas incertezas das quatro personagens principais, assim sendo, analisamos subtilmente as incertezas que Lucy sente em relação à sua aparência e o medo que Edmund e Caspian têm de falhar e de desiludir os seus companheiros e antecessores, no entanto, estas personagens não são aquelas que são alvo de uma maior analise à sua personalidade, porque esse título pertence a Eustace que acaba por ser a personagem principal que sofre a maior metamorfose mental até porque ele passa de um miúdo mimado e odioso para um rapaz valente e audaz que até vai ser o protagonista de “The Chronicles of Narnia: The Silver Chair”, uma transformação muito semelhante à que Edmund sofreu em “The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe”. À semelhança do que aconteceu em “The Chronicles of Narnia: Prince Caspian”, Caspian volta a estar no centro de um romance secundário que acaba por se assumir como o único elemento romântico desta obra, um elemento tão fraco e tão subtil que apenas serve para contextualizar os acontecimentos do próximo filme. O herói máximo de Nárnia, Aslam, volta a ter um pequeno cameo nesta nova obra, cameo esse que é utilizado para apresentar o Aslam Country, um local que só se torna verdadeiramente relevante no último filme destas crónicas, ainda assim, esta introdução foi muito bem idealizada e conduzida pelos criadores deste filme. Os diálogos continuam simples e a sua conclusão prepara satisfatoriamente “The Chronicles of Narnia: The Silver Chair”, oferecendo também uma “despedida” emocional a Edmund e Lucy, que aparentemente não vão poder regressar a Nárnia.


O filme é comandado por Michael Apted, um cineasta muito experiente que conseguiu manter o altíssimo nível técnico e visual desta saga cinematográfica que sempre nos apresentou efeitos visuais muito cativantes e coloridos, mas não tão requintado ou pormenorizados como aqueles que foram utilizados em obras como “Lord Of The Rings” ou “Avatar”. “The Chronicles of Narnia: Voyage of the Dawn Treader” é portanto um filme com uma vertente visual muito idónea e atractiva, que acaba por conferir um maior realismo aos seus coloridos cenários e às várias criaturas narnianas que voltaram a ser habilmente idealizadas e graficamente construídas. As batalhas também são cativantes mas são um pouco confusas e excessivas, sendo essas características negativas exponenciadas pelo 3D que até foi bem inserido. O elenco não é fantástico, mas também não nos desilude. Os actores mais novos - Skandar Keynes, Georgie Henley e Will Poulter – têm uma performance razoável e os actores mais experientes raramente aparecem no ecrã. O casal Ben Barnes (Rei Caspian) e Laura Brent (Lilliandil) também não estão mal, mas oferecem e acrescentam muito pouco ao filme. Em suma, “The Chronicles of Narnia: Voyage of the Dawn Treader” é um filme razoável que mantém o nível dos outros filmes das “Chronicles of Narnia”, mas esta deverá obter melhores receitas nas bilheteiras mundiais devido ao seu lançamento em 3D, no entanto, esta tecnologia acaba por não acrescentar muito ao filme, até porque a vertente visual desta saga sempre foi pautada pela extravagância e pela cor.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

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3 Comentários

  1. Já li todos os livros e vou conferir no cinema, pra ver c está fiel ao que eu li.
    Abraço.


    http://xonadosporcinema.blogspot.com/

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  2. um filme para passar o tempo, nem mais nem menos!

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