Espaço Memória – Mata Hari (1931)

Realizado por George Fitzmaurice
Com Greta Garbo, Ramon Novarro, Lionel Barrymore, Frank Reicher

Anterior à plena aplicação do código Hays, Mata Hari narra a história dos últimos dias desta famosa espia executada durante a Primeira Guerra Mundial. No máximo da sua beleza, reforçada pelo exotismo da dançarina, Greta Garbo constrói uma Mata Hari muito forte e extraordinariamente sedutora. O glamour que a imortalizou, assente na sua inegável beleza e num faustoso e sofisticado guarda-roupa, não diminui o talento da actriz que consegue transmitir inúmeras nuances na postura da espia desde do momento inicial em que a diva manipula os homens que seduz para conseguir documentos secretos até à Mata Hari-mulher fragilizada pelo amor e vulnerável aos inimigos. Se o filme foi um êxito de bilheteira, o maior da carreira de Garbo, não é tanto pelo fraco argumento, que não só foge à verdade histórica como não explora devidamente as jogadas políticas do seu trabalho, sem tocar no mito criado à volta de Mata Hari que diz que esta se terá despido em frente ao pelotão de fuzilamento, mas sobretudo pela magistralidade ímpar de Greta Garbo.


Mata Hari surge como uma personagem positiva cujas motivações são pouco exploradas. O erotismo está lá mas o sexo, que usa como arma, é apenas sugerido e não a denigre tal é o fascínio que exerce sobre o espectador. Ainda que o Código de Produção não estivesse ainda em pleno vigor o filme foi censurado limitando as alusões sexuais que, a fim e ao cabo, seriam um dos aspectos mais importantes da obra pois foi através das suas inúmeras e promíscuas relações com homens poderosos que a bailarina levou a cabo o seu trabalho de espionagem. Se a figura de Mata Hari é por si só fascinante, a interpretação de Garbo veio aumentar o interesse sobre ela elevando-a à imortalidade.

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