Crítica - Saw VI (2009)


Realizado por Kevin Greutert
Com Tobin Bell, Costas Mandylor, Shawnee Smith

À semelhança dos seus antecessores, “Saw VI” é uma afronta ao icónico “Saw” (2004), um filme que mereceu inteiramente o seu enorme sucesso comercial ao contrário das suas medíocres e intermináveis continuações onde a violência exacerbada é uma constante. A história de “Saw VI” é iniciada com a conclusão dos mortíferos eventos de “Saw V” que conduzem o FBI até ao ultimo herdeiro sobrevivo de Jigsaw (Tobin Bell), Mark Hoffman (Costas Mandylor), no entanto, este não desiste nem se rende e está determinado em continuar o trabalho do seu diabólico mentor, assim sendo, inicia um novo ”Deathly Game” centrado em William Easton (Peter Outerbridge), um executivo de uma seguradora norte-americana.
A narrativa de “Saw VI” é muito semelhante à de “Saw V” ou “Saw IV”. As armadilhas mortais continuam violentas e sádicas, os flashbacks voltam a não esclarecer muitas coisas, as vitimas voltam a ser indivíduos imorais e o vilão (Mark Hoffman) continua a iludir o FBI e a matar sem remorsos, assim sendo, somos novamente confrontados com uma história medíocre e extremamente trivial. A sua falta de criatividade é facilmente evidenciada através da sua tentativa de criticar/atacar o actual sistema de saúde norte-americano ao colocar a vítima central, William Easton, no centro de uma enorme armadilha mortal onde este é forçado a escolher quem morre e quem sobrevive da mesma forma que escolhe quem recebe ou quem não recebe um seguro de saúde, no entanto, uma crítica muito semelhante foi feita em “Drag Me To Hell” com melhores resultados. Os tradicionais flashbacks voltam a não nos dar muitas respostas concretas e introduzem novas informações que tornam a história em redor de Jigsaw e dos seus herdeiros ainda mais confusa. As armadilhas são a única coisa verdadeiramente criativa em “Saw VI” mas não são as mais vistosas ou as mais sádicas de “Saw”, excepção feita à armadilha da introdução que nos oferece um resultado muito irónico e violento. A conclusão é novamente composta por uma surpresa não muito surpreendente porque os outros “Saw” também terminaram com surpresas, assim sendo, um final “surpresa” não é uma novidade.
O trabalho de Kevin Greutert não é o mais interessante ou o mais criativo, este cineasta voltou a não inovar e manteve o mesmo estilo e o mesmo visual, um hino à conformidade e à uniformidade que não faz muito sentido numa saga que é constantemente acusada de estar desactualizado e de ser repetitiva. Os icónicos actores de “Saw”, Tobin Bell, Costas Mandylor e Shawnee Smith, também entram em “Saw VI”, no entanto, Tobin Bell e Shawnee Smith estão restritos a cenas secundárias e Costas Mandylor não está tão bem como nos últimos dois filmes. Em suma, “Saw VI” é tão frívolo e tão confuso como os seus antecessores e tal como estes também não convenceu minimamente a crítica internacional com as suas cenas excessivamente violentas, no entanto, estas mesmas cenas não deverão desiludir os fervorosos admiradores desta conhecida saga cinematográfica.

Classificação – 2 Estrelas Em 5

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1 Comentários

  1. Tenho sempre um prazer especial de cada vez que vejo um SAW e acho uma vergonha estrearem o filme com este atraso já que toda a gente interessada já o viu ilegalmente.
    É claro que nenhuma sequela se aproximou do primeiro mas este está num nível muito difícil de repetir.
    Não considero que seja falta de criatividade criticar o sistema de saúde americano já que quando o filme foi feito e estreou nos EUA (há quase um ano atrás...) o tema estava na ordem do dia. E apesar de ter gostado imenso do Drag Me To Hell a crítica no SAW foi muito mais incisiva.
    7/10

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