Crítica – Alice in Wonderland (2010)

Realizado por Tim Burton
Com Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter

A pressão que todo o marchandise que envolveu a estreia deste filme criou sobre o espectador preparou-nos para uma grande obra cinematográfica, um objecto artisticamente superior. Infelizmente, como acontece com frequência quando as expectativas são muito altas, o filme desilude. "Alice in Wonderland" desilude porque a fotografia, as imagens, a caracterização, o guarda-roupa, os cenários são demasiado fabulosos para tão fraco argumento.
Alice, a meio da sua festa de noivado, à beira de fazer 20 anos, regressa ao País das Maravilhas que visitara em criança e que lhe surgia sistematicamente em sonhos mas do qual não se lembrava. Aí reencontra as já conhecidas figuras do coelho, do chapeleiro, da rainha de copas e ainda a sua irmã, a rainha branca, e acaba por se tornar uma guerreira do Bem numa luta feroz. Esta viagem transforma e determina as escolhas que faz para o seu destino.


A interpretação de Johnny Depp é, para além dos aspectos já referidos, dos pontos mais fortes do filme, convincente chapeleiro louco de um mundo sem qualquer sentido. Mia Wasikowska e Helena Bonham Carter sustem papéis sem grande complexidade, que pouco trazem de novo às já conhecidas personagens. Anne Hathaway tem o mérito de conferir à personagem absolutamente oca e dispensável d a Rainha Branca uns maneirismos que lhe davam alguma graça. O conjunto é, como vemos, francamente débil, devido sobretudo à falta de originalidade e conteúdo do argumento. Nada é realmente interessante naquela história que permitia desenvolvimentos muito mais elaborados e apropriados ao investimento que foi feito na imagem.
É uma "Alice in Wonderland" de Tim Burton sem dúvida, as figuras, os espaços, as imagens são as dele, mas o argumento fica muito aquém daquele a que a sua obra anterior nos habituou. Carecia de um grande trabalho de aprofundamento das pistas lançadas por Lewis Carrol no seu livro homónimo e, o que constatamos com tristeza, é que isso seria possível se tivesse havido um real interesse em se contar uma boa história e em fazer um filme bonito. A tecnologia 3D não traz grandes benefícios ao filme como tem vindo a acontecer na maioria dos filmes que a ela recorreram nos últimos tempos para além de encarecer estupidamente o preço do bilhete num momento de grande crise económica no mundo ocidental.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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4 Comentários

  1. Concordo, excepto com as representações de Helena Bonham Carter (sou fã dela, talvez acha influência) e de Mia Wasikowska. Por outro lado sim, o argumento conduz a um filme que faz lembrar uma mistura entre Crónicas de Nárnia e Shreck. A imagem é boa, mas em certos momentos esperava algo melhor, uma atmoesfera mais sombria e construtiva, nomeadamente os palácios das respectivas rainhas. Não acho que a personagem de Jonhy Depp esteja muito fiel à personagem do original, pareceu-me muito criada à imagem do próprio Depp, a certas alturas do filme parece que querem criar um romance forçado entre ele e Alice. Mas não é por isso uma má representação, bem pelo contrário. As personagens são o melhor do filme, mais a qualidade de imagem, gostei do visual da cena final e da floresta dos cogumelos. Vi em 3D, gostei muito. Também lhe daria nota 4 em 5. Mas é um bom filme.

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  2. Com o devido respeito, mas tu apontaste na maioria da crítica defeitos ao filme, e no final, dás 4 estrelas em 5? Desculpa-lá, mas a tua crítica dá-me a impressão que tu te enganaste quando foste dar a pontuação, pois segundo tudo o que disseste, acho que em vez do teu 4, na tua opinião devia 'tar um 2!?

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  3. Olha acho que o nome do filme deveria ser
    Chapeleiro Maluco e Alice no Pais das maravilhas.
    Pra min o papel de Depp tee mais repercurção do que a principal que é a Alice (Mia Wasikowska)
    No cartaz do cinema, Chapeleiro ha frente de Alice, na capa de dvd o mesmo, e ate essa foto que esta ai em cima ... .. ..
    Deixou a desejar o filme por esse motivo, mas adorei completamente o filme amei mesmo!!
    e sem duvida Tim faz um bom trabalho e fez com esse filme.

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