Crítica - Pride And Glory (2008)

Realizado por Gavin O´Connor
Com Noah Emmerich, Colin Farrell, Jon Voight, Edward Norton

Os trágicos e corruptos thrillers policiais estão de regresso aos grandes palcos comerciais do planeta com “Pride And Glory”, uma agradável produção cinematográfica que nos oferece um argumento moderadamente interessante que exterioriza o estilo mais clássico e familiar do género, algo que infelizmente não o diferencia de outras obras semelhantes. A intensa narrativa desta obra policial leva-nos até às entranhas administrativas do Departamento de Polícia de Nova Iorque, onde a credibilidade de várias gerações de uma família de agentes polícias será devidamente testada pelas ilações de uma grande investigação interna. Após o trágico homicídio de quatro polícias durante uma rusga a um bairro problemático, o detective Francis Tierney (Jon Voight) pede ao seu filho Ray (Edward Norton) para liderar a investigação em curso. Ray aceita o caso relutantemente, sabendo que os polícias assassinados faziam parte da equipa do seu irmão Francis (Noah Emmerich) e do seu cunhado Jimmy (Colin Farrell). À medida que Ray investiga, percebe que o que parecia ser um incidente isolado é, afinal, uma emboscada preparada pelos traficantes que tinham conhecimento antecipado da rusga. Graças a esta informação, Ray conclui rapidamente que alguém de dentro do departamento é informador e todas as provas apontam para Francis e Jimmy. Agora, Ray tem de se decidir entre as duas coisas em que mais acredita, a lealdade para com a sua farda ou para com a sua própria família.



O argumento é genericamente cativante mas apresenta-nos uma estrutura narrativa muito semelhante a várias obras do género, uma situação que retira alguma imprevisibilidade ao desenvolvimento e muita expectativa à conclusão. Os vários diálogos do filme versam maioritariamente sobre a corrupção e a lealdade, temas amplamente abordados em obras semelhantes e que já fazem parte do seu estilo característico. As personagens são extremamente estereotipadas e excessivamente masculinizadas, notando-se claramente a ausência de uma personagem feminina de relevo. Infelizmente, estes pequenos defeitos do argumento acabam por ser acentuados pela inevitável comparação com várias obras do género, que são substancialmente semelhante mas qualitativamente diferentes. O cineasta Gavin O´Connor não apostou em grandes surpresas ou novidade cinematográficas, porque nos apresenta um trabalho de realização extremamente simplista e comum que não foge do padrão habitual deste estilo. A razoabilidade geral alastra-se aos aspectos mais técnicos, onde a fotografia e a banda sonora não ultrapassam a barreira qualitativa do agradável. Os vários actores masculinos de renome internacional que interpretam as principais personagens do filme não desiludem e apresentam-nos performances de grande intensidade e consistência. Entre as principais prestações indivíduas do elenco há que destacar os grandes e talentosos trabalhos de Jon Voight e Edward Norton. A grande oferta do género poderá prejudicar o sucesso comercial de “Pride And Glory”, um simpático produto cinematográfico que poderá oferecer alguns elementos de entretenimento à grande maioria dos espectadores.

Classificação – 3 Estrelas Em 5

Enviar um comentário

0 Comentários

//]]>