Crítica - Lesbian Vampire Killers (2009)

Realizado por Phil Claydon
Com Mathew Horne, James Corden, Paul McGann

No meio de tantos filmes tolos que saem anualmente, às vezes lá se safa um ou outro com uma ponta de interesse. Também é um facto que este um filme britânico, com o seu particular e arrepiante humor, que mete a um canto as comédias descerebradas "made in USA". No entanto, o título pode afastar muita gente, e normalmente até a mim me afastaria, vi-o por mero acaso e muito cepticamente! E o facto é que me arrancou algumas gargalhadas no meio de tanta caricaturização e satirização.
Há séculos atrás, o Barão Wolfgang MacLaren derrotou a Rainha Vampira Carmilla na remota Cragwich, na Inglaterra profunda. No entanto, antes de a decapitar, ela lança uma maldição que fará com que todas as jovens da terra se tornem vampiras lésbicas (!) ao fazerem 18 anos. No presente, Jimmy, um rapaz ingénuo e trapalhão, largado pela namorada pela enésima vez, e o seu melhor amigo Fletch, um gorducho mulherengo, despedido do seu trabalho de palhaço por odiar crianças, vão acampar para um lugar aleatório no mapa: Cragwich. Ao chegarem ao bar local, primeira cena a chamar ao "trash comedy": quatro raparigas sexy a saírem em câmara lenta, chicoteando o ar com os seus cabelos Pantene e bamboleando as suas curvas voluptuosas, e a partirem numa carrinha. Os rapazes entram por sua vez no bar, onde são fixamente encarados pelos habitantes locais, e o dono do bar oferece-lhes uma cabana no meio do bosque para passarem a noite, precisamente o que tinha feito com as raparigas. No caminho para a cabana, já noite escura e arrepiante, encontram a carrinha estranhamente emperrada e em troca do conserto recebem boleia até à cabana, onde três das raparigas, com muito pouca roupa, dançam e bebem para deleite de Fletch, enquanto Jimmy desenvolve uma relação platónica com a quarta, Lotte, ao mesmo tempo que falam das lendas e histórias locais. Nisto, a cabana é cercada por vampiras lésbicas que querem ressuscitar Carmilla através do sangue de Jimmy, o último descendente do barão e última esperança para acabar com a maldição, e de Lotte, por causa da sua virgindade.


Este filme apresenta-se claramente como uma brincadeira de si próprio. Reúne os elementos de um filme de terror e escarnece dele com total despretensão, com um humor a atirar ao macabro mas não óbvio, no lugar do habitual humor de casa de banho. Cabeças decapitadas, sangue a esguichar como deve ser, efeitos visuais plásticos muito bem conseguidos, tendo em conta o tom quase familiar ou artesanal do filme. A cabana fantasmagórica com as meninas inteligentes mas pouco vestidas, o tímido e o garanhão, um padre com uma cruz, a filha semi-pura do vigário, uma aldeia cheia de nevoeiro e um bosque imenso. Não quer isto dizer que por vezes não pareça tirado de uma fantasia de um qualquer adolescente totó, mas com o cuidado de poder ser desfrutado por qualquer pessoa, especialmente se essa pessoa tem tendência para se rir em cenas de despertar dos mortos, quando esbracejam muito e se arrastam na direcção do protagonista! O objectivo é sobretudo esse: mostrar o ridículo de certos filmes clássicos de monstros, adicionando a qualidade de desajeitado dos heróis dos tempos modernos e figuras femininas em grande quantidade... só porque sim. Já "Shaun of the Dead" fazia isso em relação aos filmes de zombies, se bem que para os entendidos era uma sátira de um amante de filmes de zombies, o que já não vou tão longe em dizer acerca deste. Mas é um exemplar razoável da comédia britânica. A ver num serão entre amigos que apreciem as potencialidades da tolice para fazer rir.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

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