Crítica - Hart's War (2002)


Realizado por Gregory Hoblit
Com Bruce Willis, Colin Farrell, Terrence Howard

Ao contrário da grande maioria das produções cinematográficas sobre a 2ª Guerra Mundial, “Hart’s War” ignora os massacres humanos e explora uma narrativa altamente inverosímil que se aproveita das especificidades da guerra para enaltecer os ideias de igualdade racial e honra.
A história do filme é protagonizada por W. Hart (Colin Farrell) e W. McNamara (Bruce Willis), dois oficiais aprisionados durante a Segunda Guerra Mundial num campo de guerra alemão. Incapaz de cruzar os braços, McNamara decide continuar a lutar atrás das grades e põe em marcha um audacioso plano contra os seus captores, arriscando tudo pela liberdade dos seus homens. No entanto, durante a execução do seu plano secreto, McNamara coloca em perigo a integridade física e moral de Lincoln Scott (Terrence Howard), um soldado negro injustamente acusado de homicídio que dependerá de Hart, um soldado inexperientes mas corajoso, para o defender num tribunal militar contra as injustiças cometidas pelos aliados e pelos nazis.
Ao longo da história encontramos múltiplos acontecimentos irrealistas que divergem das crueldades praticadas durante a 2ª Guerra Mundial, entre esses acontecimentos encontramos a grande sensação de liberdade dos prisioneiros de guerra, a benevolência e paciência dos oficiais alemães, a submissão pacífica dos soldados capturados e o respeito dos oficiais alemães pelas tradições e regras legislativas do exercito norte-americano. Esta ausência de realismo é necessária para desenvolver os verdadeiros temas da história que utilizam a guerra para engrandecer e justificar os ideias que transmitem ao espectador porque em ultima análise, a história do filme centra-se única e exclusivamente nos sentimentos que pautaram as atitudes dos soldados que participaram activamente numa das guerras mais sangrentas da história. É claro que paralelamente à ficção encontramos alguns momentos de grande proximidade à realidade e demonstrativos da verdadeira natureza do conflito. Os diálogos são moderadamente interessantes, atingindo um patamar de maior qualidade durante o tenso julgamento que nos aparece carregado de discursos moralistas e humanistas.
A direcção de Gregory Hoblit é interessante e inteligente. Ao longo do desenvolvimento narrativo consegue manter o suspense da história através de planos bem executados e estruturado que deverão cativar a atenção do espectador. A simples fotografia é visualmente satisfatória mas substancialmente medíocre quando comparada com alguns trabalhos fotográficos de obras genericamente semelhantes. A banda sonora é igualmente simples e medíocre.
O elenco do filme é encabeçado por Bruce Willis e Colin Farrel, duas estrelas da representação que nos oferecem duas prestações equilibradas e concisas que realçam o seu profissionalismo e qualidade. O elenco secundário é igualmente composto por múltiplos actores talentosos que assistem convenientemente os principais intervenientes da história.
Concluindo, “Hart’s War” é um filme razoável e moderadamente interessante que poderá agradar aos amantes de produções cinematográficas ligadas à guerra e à honra.

Classificação – 3 Estrelas Em 5

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