Crítica - The Ruins (2008)


Realizado por Carter Smith
Com Jonathan Tucker, Jena Malone, Laura Ramsey

Em 1993, Scott Smith apresentou ao mundo “The Simple Plan”, a sua obra literária de estreia que posteriormente foi adaptada ao cinema com algum sucesso. Após treze anos de silêncio, Scott Smith regressou às luzes da ribalta com “The Ruins”, um intenso livro de terror que lhe valeu inúmeros elogios da crítica especializada. Esse amplo sucesso comercial e qualitativo, impulsionou a criação de uma adaptação cinematográfica que recentemente estreou nas nossas salas de cinema. Infelizmente, “The Ruins” não acompanhou o sucesso da versão literária e foi abundantemente atacado pela crítica norte-americana, que o colocou num patamar semelhante ao das mais recentes obras do género. Tal como grande parte dessas obras contemporâneas, “The Ruins” aposta essencialmente numa história simples e pouco elaborada que é protagonizada por personagens juvenis e completamente estereotipadas, mas verdade seja dita que, apesar destes inegáveis defeitos, conseguiu apresentar um assassino original e inovador que promove algumas cenas de verdadeira tensão e medo.
A história do filme centra-se em quatro norte-americanos que estão a passar férias no México e que, por força do desaparecimento de um colega, decidem visitar umas ruínas azetecas que ficam fora dos mapa, mas esta exploração não corre como o planeado e o grupo fica rapidamente à mercê duma tribo violenta e de uma perigosa espécie botânica. Este último vilão/assassino, assume-se claramente como a vertente mais original da obra, porque tudo o resto já foi explorado com mais qualidade em outros filmes do género, nomeadamente no brilhante “The Descent”, que também apostou no mesmo desespero emocional que afecta as personagens principais. Os grandes momentos de terror e tensão aparecem apenas no final da obra e têm como grande atractivo a maligna planta carnívora que, ao contrário dos protagonistas, não assume uma atitude pouco credível e estereotipada. À débil construção das personagens juntam-se os supérfluos e óbvios diálogos que não ajudam a clarificar certas questões, como a razão da existência da tribo ou da planta. Todos estes factores contribuem para o fraco rendimento qualitativo dum argumento que molda, com pouca credibilidade e lógica, o desenvolvimento duma história frágil que poderia ter oferecido mais momentos de tensão ao público.
A realização do inexperiente Carter Smith não é má e até conseguiu conferir ao filme uma atmosfera minimamente assustadora e tensa, que impulsiona a valorosa conclusão da história. A prestação do elenco é afectada pela pobre construção das personagens que limitou a performance dos actores à mediocridade e à tipicidade do terror juvenil. A obra literária original foi claramente mal aproveitada e mal adaptada pelo seu próprio escritor, que não conseguiu criar um argumento plausível e interessante que colocasse “The Ruins” num patamar superior ao das obras comerciais e medíocres que ultimamente têm pautado o género.

Classificação - 2 Estrelas Em 5

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1 Comentários

  1. olá
    parabéns pelo blog

    qndo fui ver Ruínas eu pensei que fosse algum filme de maldição em alguma pirâmide antiga, mas não, como vc disse o assassino é bem original: uma planta carnívora. Contando assim ninguém vai acreditar, mas essa planta chega a dar medo e arrepio em várias cenas do filme. Em geral, eu aprovo e recomendo.

    sou seguidor
    até mais

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