Crítica - The Little Mermaid (1989)

Realizado por Ron Clements e John Musker
Com Jodi Benson, Christopher Daniel Barnes, Pat Carrol e Samuel E. Wright

Em 1989 a Disney volta a superar-se a si mesma ao apresentar-nos uma das mais belas e adoráveis fábulas de todos os tempos. “The Little Mermaid” é ainda hoje um dos mais venerados e amados clássicos de animação da Walt Disney. Ao mergulhar o espectador nas maravilhosas profundezas do Oceano onde habitam sereias e toda a espécie de peixes e criaturas encantadoras, a Disney conseguiu aqui criar um fantástico romance de proporções épicas e um musical belíssimo de encher o olho.
“The Little Mermaid” dá-nos a conhecer Ariel, uma jovem e bela sereia que vive fascinada com o mundo dos humanos que se expande para além da superfície dos mares. Contrariando constantemente as ordens do seu pai – o Rei Triton – que a proíbe de entrar em contacto com os humanos, Ariel e o seu amigo Flounder passam os dias a vaguear pelo vasto Oceano na busca incessante de artefactos perdidos oriundos do misterioso mundo da superfície. Num desses dias Ariel vislumbra o príncipe Eric, por quem se apaixona e por quem sacrificaria tudo. Mesmo a sua própria vida. Angustiada com o facto de os dois pertencerem a mundos distantes e frustrada com a reprovação de Eric aos olhos do pai, Ariel decide recorrer aos poderes de uma bruxa – Ursula – na busca de uma oportunidade de emergir e entrar em contacto com o seu príncipe. Servindo-se da inocência da rapariga, Ursula transforma Ariel num ser humano e dá-lhe 3 dias para fazer com que Eric se apaixone por ela. Caso falhasse, Ariel passaria a ser prisioneira de Ursula com consequências nefastas para a sua vida e para o reinado do Rei Triton.


Acima de tudo, “The Little Mermaid” é um hino ao amor no seu estado mais puro. Ariel é a imagem da inocência, da jovialidade e da beleza, mas também da pureza e da determinação. Imune aos avisos, ignorando os perigos, Ariel segue o seu coração e persegue o seu sonho sem renunciar ao sentimento de esperança que está associado a cada movimento, a cada um dos seus actos. “The Little Mermaid” ensina-nos a acreditar que tudo é possível e que se tivermos um coração puro nunca devemos abdicar dos nossos sonhos e desejos pessoais. Tal como nos maiores clássicos da História do cinema, Ariel e Eric provêm de mundos separados e distintos. Mas o seu amor quebra todas as barreiras e a sua pureza leva-os ao maior prémio de todos: a união.
“The Little Mermaid” transforma-se assim num grande clássico romântico do cinema, oferecendo-nos cenas simplesmente memoráveis. Como sempre acontece num filme com a marca Disney, a animação é fenomenal e por vezes os nossos olhos perdem-se no meio de uma panóplia admirável de criaturas marinhas e números musicais que têm tanto de belo como de alegre. Algumas personagens que aqui encontramos são inesquecíveis, com particular destaque para Sebastian – um caranguejo encarregue pelo Rei Triton de vigiar Ariel – que protagoniza em conjunto com um desafortunado e desengonçado cozinheiro talvez a cena mais cómica de todos os clássicos da Walt Disney. Para além disto, a Disney sempre nos habituou a um certo carinho pela Natureza e pelos animais, aproveitando para criticar algumas atitudes do ser humano. Isso não passa incólume neste filme, sendo notória a crítica ao Homem nos avisos do Rei Triton que teme a aproximação de Ariel aos humanos por estes serem cruéis, brutos e perigosos.
Mas o que realmente fica na memória após visionar “The Little Mermaid”, para além das cenas cómicas, da magnífica banda-sonora e dos números musicais extremamente criativos, é a mensagem de como o amor e a bondade podem transpor barreiras impensáveis e supostamente intransponíveis. Amor no seu estado mais puro, portanto.

Classificação - 4,5 Estrelas Em 5

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