Crítica – Os Passos do Amor [Sipur Hatzi-Russi/ Love & Dance] (2006)

Realizado por Eitan Anner
com Vladimir Volov, Jenya Dodina, Talya Raz

Não sou, confesso, grande conhecedora da cinematografia israelita. O meu encontro com este filme foi casual mas o facto de ter sido nomeado para o 57º Festival Internacional de Cinema de Berlim, para o de Moscovo e o de Roma no mesmo ano, chamou-me a atenção. A história gira em torno de um miúdo, Chen (Vladimir Volov) que começa a frequentar aulas de dança de salão para se aproximar de uma rapariguinha russa que achava deslumbrante, tudo isto contra a vontade do seu pai que achava a actividade pouco viril. É através dessas aulas que conhecemos a história da professora, também ela russa e antiga campeã de danças de salão e do seu par, igualmente russo, um mulherengo mentiroso com quem está envolvida emocionalmente há anos apesar das constantes traições. A iniciativa de Chen é também uma forma de fugir ao pesado ambiente familiar, dadas as constantes brigas entre a sua mãe russa e o pai israelita. Depois de muitos obstáculos, os conflitos resolvem-se com o crescimento emocional das personagens.
Como se vê o argumento é pueril para não dizer enjoativamente débil. As interpretações não conseguem de um modo geral acrescentar nenhuma mais-valia ao argumento. O filme pretende-se arthouse e nesse sentido vale pela fotografia bem conseguida das paisagens pouco nossas conhecidas das zonas menos urbanas de Israel e pelo facto de nos mostrar esta nação de uma forma não condicionada pela religião nem envolvida em conflitos armados. Ainda assim, e embora o filme fale de amor nas suas várias formas, ele fala também dos conflitos internos israelitas entre os aí nascidos e os judeus vindos da Rússia. O filme está disponível em DVD numa edição Lusomundo.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

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