Crítica - Frida (2002)

Realizado por Julie Taymor
Com Salma Hayek, Mia Maestro, Diego Luna, António Banderas,

Como o nome indica, “Frida” é um filme biográfico sobre a vida da pintora mexicana Frida Kahlo. Esta valorosa obra foi presenteada pela Academia com dois Óscares que premiaram dois grandes aspectos técnicos do filme, a banda sonora e a maquilhagem. A par destes premiados aspectos, o filme também nos apresenta um elenco de enorme qualidade e uma fotografia bastante interessante. Dentro do elenco, destaco a interpretação de Salma Hayek que até nem era uma das actrizes que mais apreciava mas que com este filme, superou-se e atingiu um dos pontos mais altos da sua carreira.
Salma Hayek encarna Frida e o filme retrata a sua história de vida, desde o acidente que a deixou claramente fragilizada em termos de saúde até às suas aventuras românticas com outras mulheres e até aos seus casos românticos que envolveram as relações amorosas com Léon Trostsky (Geoffrey Rush) e Diego Rivera (Alfred Molina), um pintor bastante famoso na época. Esta obra brinda-nos com várias cenas de elevada qualidade e intensidade mas aquela que mais me marcou foi a do desastre de autocarro, um dos momentos mais dramáticos e intensos do filme. As agueridas cores que se apoiam na beleza dos quadros de Frida e Diego também foram muito bem aproveitadas e retratadas. Salma Hayek adaptou-se bem ao papel que lhe foi pedido (acho mesmo que foi a pessoa ideal para o fazer, uma vez que se chegou a falar em nomes como Jennifer Lopez ou Madonna, se não estou em erro, para representarem Frida) e enche os olhos do espectador com a sua sensualidade natural do costume porque é uma mulher de beleza extrema, no entanto, também teve que puxar bastante pela sua arte de sedução artificial. Alfred Molina é a meu ver o outro bom papel do filme, um “pançudo” sedutor e mulherengo que representa muito bem o seu papel.
No entanto, o filme também tem os seus pontos fracos e um deles é o facto de existir a dúvida se esta obra biográfica segue na perfeição o relato real e claro da vida de Frida, colocando-se a questão se a vida romântica de Frida foi exagerada e demasiado exposta nesta obra. Aliás, penso que o filme teria um impacto maior se expusesse mais a parte dramática em vez da romântica, mas esta é apenas uma opinião pessoal. Outro ponto fraco é a personagem de Edward Norton um bocado mal aproveitada porque acho que apareceu pouco no enredo. É ainda de referir a bela banda sonora que este filme apresenta. Não sou grande apreciador de filmes biográficos, mas este valeu a pena ver, dificilmente alguém o considerará um mau filme, apesar de não ser uma obra-prima.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

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1 Comentários

  1. Curiosamente eu só vi este filme ontem na rtp2 e quase o considero uma obra prima, embora é certo que a vida da Frida Kahlo só por si é já um grande 'filme'.

    A interpretação da Salma Hayek é uma obra prima... surpreendente.

    Os Biopics não são o meu estilo mas recentemente tive a oportunidade de ver dois filmes excelentes deste genero: este e o Nixon de Stone.

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