Crítica - Mirrors (2008)

Realizado por Alexandre Aja
Com Kiefer Sutherland, Amy Smart, Paula Patton, Cameron Boyce

A triste realidade é que “Mirrors” é um filme de terror que não assusta nem convence ninguém. Este remake americano do filme de terror sul coreano “Geoul Sokeuro” apresenta uma história que até parte de uma ideia potencialmente interessante, mas que acaba por se perder na confusão de um argumento pouco consistente e pouco assustador. O protagonista de “Mirrors” é Ben Carson (Kiefer Sutherland), um ex-policia que foi suspenso da força policial por ter disparado fatalmente sobre um outro polícia. Este fatídico acidente custou-lhe o trabalho e fê-lo resvalar para o alcoolismo. Um ano depois do trágico acontecimento, Ben afastou-se da mulher e dos filhos e mudou-se para a casa da sua irmã. Desesperado por voltar a endireitar a sua vida e unir novamente a sua família, Carson aceita um trabalho como segurança nocturno nas ruínas de um armazém destruído por um incêndio gigantesco que ceifou inúmeras vidas inocentes. Enquanto Carson patrulha os escombros queimados e misteriosos do armazém, ele começa a aperceber-se de algo sinistro acerca dos espelhos que adornam as paredes do espaço. Na superfície brilhante desses espelhos são reflectidas imagens horríveis que reflectem cenas chocantes do passado de Carson, e que o paralisam de medo e angústia. A sua irmã (Amy Smart), céptica mas sempre do seu lado, considera estes bizarros “pesadelos” uma consequência do seu stress e sentimento de culpa por causa da morte acidental do colega, mas a sua esposa (Paula Patton), tem uma opinião diferente e menos compreensiva. Ela acredita que o seu marido perdeu completamente a noção da realidade por culpa do álcool e da depressão e agora, mais que nunca, vê-se determinada em afastar os seus filhos do pai problemático. Enquanto Carson investiga o misterioso desaparecimento de um segurança do armazém e a possibilidade de ligação com as suas visões fantasmagóricas, ele percebe que uma força malévola de outro mundo está a usar os reflexos como uma ligação sobrenatural para aterrorizá-lo a ele e à sua família. Para ter alguma esperança de salvar a sua esposa e filhos de uma morte horrível, Carson terá que descobrir de alguma forma a verdade por detrás dos espelhos e convencer a sua esposa a ajudá-lo a lutar contra o maior mal que ele alguma vez enfrentou.
A ideia que originou o argumento do filme sul-coreano e que subsequentemente “alimenta” o remake americano até é bastante interessante. A crença de que os espelhos podem aprisionar as almas dos mortos e criar uma passagem entre o mundo dos vivos e dos espíritos já foi por diversas vezes utilizada em filmes e séries, tendo funcionado na perfeição em maior parte dos casos, contudo em “Mirrors” esta ideia não foi muito bem executada pelo argumento que apresenta graves erros de consistência e várias lacunas no desenvolvimento das personagens, defeitos que prejudicam gravemente a história do filme e a sua capacidade de assustar e surpreender o espectador. A fraca realização de Alexandre Aja também contribuiu para o pobre resultado final. Aja não conseguiu criar um ambiente digno de um filme de terror, muito por culpa do mau uso da iluminação e dos efeitos especiais. O único ponto positivo do filme acaba por ser a performance de Kiefer Sutherland, o célebre actor da série televisiva “24”. Em “Mirrors”, Sutherland apresenta um nível de representação inferior ao de “24” mas suficiente para se destacar como o melhor actor do elenco, apesar das limitações impostas pelo argumento. Para além de ser um mau filme de terror, “Mirrors” é também um péssimo remake, sendo mais um bom exemplo de como a indústria cinematográfica americana consegue estragar um bom filme estrangeiro.

Classificação - 1 Estrela Em 5

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